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É inevitável: eu me apego a pessoas
que me inspiram. Seja por uma palavra, por um conselho, por uma decepção, por
histórias de sua vida, por fotos que encontro na internet, por notícias que
leio nos jornais, por conversas que ouço no trajeto para casa, por reclamações
no Twitter, por vídeos aos quais assisto no YouTube, por livros que leio, por
músicas que escuto, por elogios que recebo, por desentendimentos dos quais fico
sabendo, ou seja, por tudo que me cerca.
Por trás de todos esses itens, há
alguém que me inspira. O alguém que escreveu o livro que estou lendo, o alguém
que me elogiou mesmo eu não o conhecendo, o alguém que sorriu para mim no meio
da rua, o alguém que tinha um olhar vago tentando entender seus problemas, o
alguém que me desejou bom dia no ônibus, o alguém que se esqueceu do mundo a
sua volta e brincou com seus filhos, o alguém que demonstrou quanto ama seus
pais, o alguém que não desistiu e realizou seus sonhos, o alguém que me
aconselhou por determinado tempo, o alguém que enxergou esperança no mundo.
É que, na verdade, o que sou hoje
foi construído devido a elas, que passaram por mim em algum momento da minha
vida. Não acho apego algo ruim, até porque se não fosse por isso eu não teria a
inspiração que encontro todos os dias. São os pequenos detalhes que chamam a
minha atenção no meio da multidão. Os olhares, cabeças baixas, sorrisos,
lágrimas, abraços, gritos, pressa, calma. É de se surpreender que tudo isso se
encaixa perfeitamente no meu coração. Podem até ser coisas ruins, mas elas
estarão lá, seja para eu fazer algo diferente, como forma de lição, ou para eu
transbordar o que sinto em palavras.
Se eu dissesse que pessoas desconhecidas
não influenciam nada em mim, eu estaria mentindo. É exatamente o contrário
disso: elas me ajudam a ser a pessoa que sou. A pessoa que enxerga o mundo ao
seu redor de vários ângulos e tenta transportar todos os detalhes para o lugar
mais profundo de sua alma. É assim que desvendo meus próprios segredos. É assim
que eu descubro a mim mesma. E enquanto eu tiver pessoas a minha volta, eu
estarei completa. Pois não há nada melhor do que olhar para o lado e sentir um
sorriso brotar no próprio rosto. Sendo assim, eu continuo andando recolhendo
todas as informações e as transformando em palavras.
Vanessa Esteves
[Escrito às 19:15 do dia 14 de
março de 2015.]
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