quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

E quem não escolhe se quer ficar sozinho ou não?

(WeHeartIt)

Hoje, quando fui ao cinema sozinha, reparei nas pessoas que estavam na mesma sessão que eu e comecei a pensar a respeito daqueles que também estavam assistindo ao filme sozinhos. Enquanto eu tinha ido sozinha por livre e espontânea vontade – até mesmo para concluir uma das 18 coisas que quero fazer antes dos 18 -, será que aquelas pessoas sentadas com um saco de pipoca e um copo de refrigerante ao lado tinham tido a chance de escolherem se queriam ir acompanhadas ou não?
Há algum tempo, eu sempre achava que as pessoas só eram felizes com alguém do seu lado. Mas, com o tempo e com muita decepção, descobri que a gente pode, sim, ser feliz sozinho. Não tem essa de ter alguém para te completar, mas sim para te fazer ainda mais feliz. Aliás, de nada adianta assistir a um filme bom ao lado de uma pessoa que não valoriza aquele momento. O mesmo vale para o contrário. Eu, por exemplo, já assisti a filmes horríveis, mas que não me fizeram sentir arrependimento por ter gastado meu tempo com eles, pois eu estava com alguém ao meu lado que fazia aquele momento valer a pena.
Então não tem essa de desistir dos seus momentos “all by myself” porque alguém (ou até você mesmo) vai julgá-lo solitário. Na verdade, são nesses momentos “comigo mesma” que eu encontro inspiração para escrever, tempo para ler e pensamentos para ter. Não há nada melhor do que tirar um tempo para nós mesmos para tentar, de uma vez por todas, notar o mundo à nossa volta. Às vezes, ficamos tão trancados no nosso próprio casulo que não percebemos quanta coisa pode ser notada ao nosso redor.
O filme acabou, os créditos subiram e eu queria mais pipoca. Procurei no rosto de uma velhinha que estava na minha fileira algum sinal de tristeza. Mas não encontrei. Muito pelo contrário: encontrei uma felicidade que emanou de seu rosto para o meu. Foi tão bom ter ido ao cinema sozinha que já não vejo a hora de assistir ao próximo. Óbvio que ainda irei com minhas amigas e família, mas descobri que esse foi o momento em que mais descobri sobre mim mesma. Pois não senti vergonha de rir, chorar e muito menos de me emocionar com o que via na tela de projeção. Se um dia me acharem estranha por gostar de ir ao cinema sem companhia, só pensarei o quanto sou feliz, sozinha ou não.

Vanessa Esteves

[Escrito às 01:26 do dia 11 de fevereiro de 2015.]

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