Ando por aí sem inspiração. Algo que antes não me faltava, agora aparece esporadicamente. Não sei se é por causa dos abraços em falta, das palavras não pronunciadas ou até mesmo dessa dor de cabeça que parece não dizer adeus. Antes, tudo era motivo para correr até o papel mais próximo e escrever. Eu simplesmente vomitava palavras, se é que posso definir desse jeito. Pouco importava o lugar, sempre conseguia traduzir com a tinta da caneta o que se passava dentro de mim.
Qual é, então, o meu problema? Cansaço de final de ano, irritação com algumas pessoas ou o simples fato de querer deixar para depois? Quero acreditar que o erro esteja presente em não conseguir mais acompanhar meus pensamentos, que no momento encontram-se embolados como se fossem uma bola de lã. Porque quando penso, e isso não é um ato que dê para cessar, imagino tudo que vivi desde quando nasci e tudo que viverei nos próximos anos. Ou ainda vou muito mais além e me coloco no lugar de outras pessoas e a confusão só cresce na minha mente. Talvez, entre toda essa multidão de pensamentos, eu esteja querendo mais calma na minha alma.
Sabe, não é novidade de que não gosto de rotina. Prefiro viver a cada dia uma surpresa do que ser obrigada a coordenar meus passos. E ao contrário do que todos acham, enquanto fico quieta em um canto qualquer - o que acontece muito ultimamente -, eu não vivo uma solidão. Aliás, não estou sozinha, mesmo parecendo, pois uma enxurrada de palavras me acompanha dia após dia, noite após noite - na verdade, muito mais antes de dormir. E quer saber? Mesmo não conseguindo demonstrar tudo o que se passa aqui dentro - da mente e do coração - eu me sinto completa, pois sei que sem essas palavras eu nada seria.
Vanessa Esteves
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