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Nunca tinha entendido o motivo do
número 17 ser o meu favorito. Ontem, após terminar de ler um livro que me fez
chorar e escrever um texto sobre o que se passava na minha mente, tentei dormir,
mas não consegui. Em vez disso, fiquei pensando. Assim que percebi, já
estávamos no dia 17 de fevereiro. Seria aniversário de minha avó, se ela
estivesse viva. Uma lágrima escorreu pelo meu rosto e eu só me lembrava dos
momentos maravilhosos em que passei com ela.
A vida é imprevisível. Mesmo
sabendo que todo mundo morre algum dia, nós sempre esperamos que este dia
demore. E foi assim com minha avó. Em julho, enquanto viajava pela Europa, meu
avô faleceu. Só fiquei sabendo quando voltei de viagem, e foi difícil de
acreditar. Mas talvez tenha sido melhor assim, pois só conseguia me lembrar dos
momentos bons ao lado dele. Nove meses depois, em abril e no mesmo dia do meu
avô ter dito adeus ao mundo, minha avó faleceu. Eu sabia que ela estava
sofrendo sem meu avô, pois ele era o verdadeiro amor da vida dela. Só que nunca
queremos dizer adeus, e foi difícil receber a notícia enquanto esperava em casa
por sua recuperação de uma gripe que eu jurava ser passageira.
Os dias após sua morte foram
difíceis, no meu aniversário eu só me lembrava dela, e quando os preparativos
da minha formatura do Ensino Fundamental começaram eu só queria poder ter a chance de convidar tanto ela quanto meu avô para celebrarem comigo. Mas eu
senti, mesmo que num breve minuto, a presença dos dois. Eu sabia que aonde quer
que eu fosse eles estariam orgulhosos de mim.
Consigo me lembrar, até hoje, do
semblante de minha avó quando ela já estava branca como uma rosa. Seus cabelos,
ainda perfeitos e cacheados, agora já não seriam mais vistos por mim. Mas eu
vi, por mais algumas horas, seu rosto me trazer paz. Era impossível segurar o
choro, mas eu sabia que teria sua amizade para sempre. E deve ser por isso que
17 será para sempre o meu número favorito. No século passado, nascia um bebê
que mesmo com o passar dos anos não se cansou da criança que existia em seu
coração. Este bebê recebeu o nome de Rosa, e fico feliz por ele ter se tornado
minha avó. Pois assim, 17 se grudou no meu coração e será eterno. Vovó, eu a
amo para todo o sempre.
Vanessa Esteves
[Escrito às 17:53 do dia 17 de fevereiro de 2015.]
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