segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

A amizade mais valiosa

(WeHeartIt)

Leia ouvindo: "Count On Me", Bruno Mars



É estranho imaginar que já se passaram cinco anos de quando nós precisamos dizer adeus um ao outro. Imaginávamos que seria, na verdade, um até logo; mas não sabíamos ainda o que o mundo guardava para cada um de nós. Encontrando as cartas e fotos do passado, da época em que ainda revelávamos fotos e escrevíamos cartas e bilhetes durante a aula, sinto um vazio no peito. "É saudade", minhas lágrimas insistem em me dizer.
Agora, enquanto escrevo este texto escutando "Count On Me", percebo quão bom o tempo foi com todos nós. Apesar de termos nos separado, ainda temos tantas conquistas e sorrisos nos aguardando, que seria ridículo eu só desejar isso a vocês se todos estivessem perto de mim. O mundo é enorme, as cobranças são exorbitantes e a saudade que sinto daquelas manhãs em que havia a vontade de acordar cedo é impossível de descrever. Para ser sincera, muito do que sou hoje não seria possível se eu não tivesse o ombro amigo daquela turma a qual me acolheu do jeito de que eu precisava.
Eram manhãs que passavam rápido, pois a companhia fazia todos os problemas ficarem em casa, não tendo eles um lugar disponível no meio de nossas risadas. Uma turma que começou na infância, envolveu aqueles que chegaram a cada ano num abraço em conjunto e não se importou com as diferenças de cada amigo presente na sala. 
Cada um tinha uma qualidade em destaque. Como não nos lembrarmos de cada figura única da sala de aula? O dorminhoco, o estranho, a inteligente, a bonita, a engraçada, o namoradeiro, a estudiosa, a imitadora de animais, a dramática, o alto, a encrenqueira, o festeiro, a quieta, o atleta, a cantora, entre tantos outros que agora possuem muitas outras qualidades destacáveis. Apesar de sabermos quem são essas pessoas com qualidades antes listadas, ninguém era taxado, e muito menos reduzido a apenas poucas definições. Porém uma coisa da qual tenho certeza é que todos eram denominados amigos.
Evoluímos de um “para casa”, tarefa e deveres para o grande e temido vestibular. Enquanto alguns estão nessa fase, outros já têm trabalhos de faculdade e planejamentos para estágios. Por isso, não dá dúvidas de que nossas rotinas não se cruzam mais como antes. Apesar de continuarmos nos encontrando e pedindo pizzas para encher a barriga com uma comida tão gostosa, ainda sentimos um vazio no peito, talvez por percebermos que nada será como antes.
Não teremos mais aquele amigo para contar uma fofoca, para ajudar com os exercícios da aula de matemática, para assistir ao desenho animado junto, para comer o ovo de páscoa que levávamos ao colégio para dividir, para correr no pátio do colégio, para desabafar sobre a vida, para dormir tarde na casa dele e se achar o adulto, para dar risadas sem se preocupar com o futuro ou para ficar de bobeira no colégio à tarde porque o final de semana logo chegava e a ansiedade para que segunda-feira chegasse era grande.
Entretanto esta é a mágica da vida: deixamos momentos inesquecíveis e companhias maravilhosas para trás, mas são aqueles que realmente importam que nunca sairão do nosso lado. Além disso, eles guardam para as nossas futuras páginas do nosso próprio livro momentos ainda mais inesquecíveis. E é por isso que vocês, meus eternos amigos, sempre terão um lugar especial no meu coração. Vocês fizeram eu mudar minhas atitudes, descobrir o que é de fato a amizade, correr riscos por aqueles os quais eu amo, ter empatia pelos outros, correr pelo pátio do colégio sem ter medo de me machucar, amar incondicionalmente sem imaginar o que aconteceria com meu coração e querer abraçar o mundo sem pensar no amanhã. Porque vocês começaram a fazer parte do meu mundo a partir do momento em que os conheci.
Então só me resta agradecer. Obrigada por todos esses anos e pelos que virão. Obrigada pelas aulas chatas que vocês conseguiram tornar nas melhores. Obrigada pelo apoio mesmo sem saberem quanto vocês me ajudam. Obrigada pelas risadas sem fim, por aceitarem quem eu era e quem eu sou, por acreditarem comigo nos meus sonhos, por me deixarem viver nas nuvens de vez em quando, por não julgarem minhas piadas, por terem me ajudado a criar o nome do meu blog, por acreditarem em mim até hoje; mas, principalmente, por continuarem sendo meus amigos apesar de tantos problemas neste mundo em que vivemos. Imagino que nenhum agradecimento e nenhum texto de oitocentas palavras chegariam aos pés da amizade valiosa que tenho com vocês.
Que nós possamos seguir nossos caminhos, andar de cabeça erguida, conquistar todos os continentes e ter uma felicidade tão grande que possamos espalhá-la por todos os lugares. E que saibamos, sempre, que ainda possuímos um ombro amigo de ouro daquela turma que nunca disse não ao diferente, ao impossível, ao estranho, ao desafio e à amizade que parecia inalcançável de início. Agora a música termina e eu só fico com o seguinte trecho na mente: “você sempre terá o meu ombro quando você chorar / eu nunca vou te deixar, nunca vou dizer adeus”. E isso foi o que sempre definiu a nossa amizade.

Vanessa Esteves

[Escrito em 7 de dezembro de 2015 às 16:17.]

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